Autor de A cabana lança novo livro e mira na espiritualidade do leitor brasileiro
William P. Young apresenta A travessia sem pretensão de bater os 3,5 milhões de exemplares que o levaram ao segundo lugar em vendas da última década no Brasil
Mariana Peixoto - EM Cultura Publicação:11/01/2013 13:56
Não é Paulo Coelho, tampouco J. K. Rowling. É sim William P. Young (“Quem?” é a pergunta que muitos podem se fazer) o autor do segundo livro mais vendido no país nos últimos 10 anos. Seu A cabana vendeu, desde 2008, 3,5 milhões de exemplares (são 18 milhões em todo o mundo). Young perde somente para Ágape, do Padre Marcelo Rossi (8 milhões). História de superação com lances surreais (depois de perder a filha caçula, brutalmente assassinada, homem se encontra com Deus, uma robusta mulher negra, exímia cozinheira), A cabana dá lugar para A travessia.
Com grandes pretensões comerciais (a tiragem inicial encomendada pela Editora Arqueiro foi de 300 mil exemplares), A travessia segue a trilha do livro anterior. Milionário egocêntrico entra em coma depois de sofrer derrame. Ao despertar, se vê ao lado de uma mulher idosa (chamada Vovó, ela é na verdade o Espírito Santo) e de um homem de vestimentas rústicas (Jesus). Os dois lhe dão uma segunda chance: ele poderá voltar à existência terrena para reexaminar a própria vida e tentar buscar a redenção.
Casado, pai de seis filhos, Young, filho de missionários criado em tribo indígena, admite similaridades entre os dois livros. “Quem tiver lido A cabana e for ler A travessia vai sorrir em algumas partes ao descobrir que brinco com coisas do livro anterior. Mas são histórias totalmente diferentes, do mesmo gênero, mesmo que ninguém saiba bem definir o que é”, afirma.
A TRAVESSIA
De William P. Young, tradução de Fabiano Morais
Editora Arqueiro, 240 páginas, R$ 24,90
Três perguntas para...
William P. Young
escritor
Como encarou a missão de escrever um novo livro depois de 18 milhões de exemplares vendidos do primeiro?
Escrevi a minha vida inteira, só que achei que ninguém iria se importar. Escrever sempre foi um ato para minha família e amigos. Essa questão nunca mudou, a não ser que agora sou um autor publicado. Para mim, escrever está muito próximo de uma gravidez. Você planta uma semente que começa a crescer, passa a incomodá-lo... Você pode tentar ignorar, já que ela o faz sentir mal toda manhã. ComA travessia isso levou quatro meses. Entregar foi mais difícil, já que com esse tempo um bebê também não está pronto para vir ao mundo. O processo de entregar o livro, passar pelos editores, foi maior. Agora, depois dos números que A cabana fez, seria bobo criar expectativas para A travessia. Aprendi a viver sem expectativas. Tudo o que vier será um presente.
você não acha incrível que A cabana seja o segundo livro mais vendido no Brasil nos últimos 10 anos?
Claro. Acredito que os brasileiros sejam muito sensíveis às questões espirituais e que estejam abertos para as mudanças. Sabia que o livro iria bem no país, mas me surpreendeu o impacto que ele teve. Depois da edição em inglês, que é falado em muitos países, a edição mais vendida de A cabana é justamente em português, aquela que saiu no Brasil. E ser o número dois num país em que o número um é um livro sobre o amor de Deus é uma grande honra.
Você liga para as críticas negativas?
De maneira alguma, elas não me incomodam. Sei muito bem quem sou, e às vezes, outros, que não me conhecem, acabam inventando coisas. E a partir de opiniões negativas, essas pessoas acabam se revelando. Acho que A travessia é um livro mais bem escrito do que A cabana. Mas não há como comparar dois filhos, não é?
Filho de missionários, William Young foi criado em uma tribo indígena
Com grandes pretensões comerciais (a tiragem inicial encomendada pela Editora Arqueiro foi de 300 mil exemplares), A travessia segue a trilha do livro anterior. Milionário egocêntrico entra em coma depois de sofrer derrame. Ao despertar, se vê ao lado de uma mulher idosa (chamada Vovó, ela é na verdade o Espírito Santo) e de um homem de vestimentas rústicas (Jesus). Os dois lhe dão uma segunda chance: ele poderá voltar à existência terrena para reexaminar a própria vida e tentar buscar a redenção.
Casado, pai de seis filhos, Young, filho de missionários criado em tribo indígena, admite similaridades entre os dois livros. “Quem tiver lido A cabana e for ler A travessia vai sorrir em algumas partes ao descobrir que brinco com coisas do livro anterior. Mas são histórias totalmente diferentes, do mesmo gênero, mesmo que ninguém saiba bem definir o que é”, afirma.
A TRAVESSIA
De William P. Young, tradução de Fabiano Morais
Editora Arqueiro, 240 páginas, R$ 24,90
Três perguntas para...
William P. Young
escritor
Como encarou a missão de escrever um novo livro depois de 18 milhões de exemplares vendidos do primeiro?
Escrevi a minha vida inteira, só que achei que ninguém iria se importar. Escrever sempre foi um ato para minha família e amigos. Essa questão nunca mudou, a não ser que agora sou um autor publicado. Para mim, escrever está muito próximo de uma gravidez. Você planta uma semente que começa a crescer, passa a incomodá-lo... Você pode tentar ignorar, já que ela o faz sentir mal toda manhã. ComA travessia isso levou quatro meses. Entregar foi mais difícil, já que com esse tempo um bebê também não está pronto para vir ao mundo. O processo de entregar o livro, passar pelos editores, foi maior. Agora, depois dos números que A cabana fez, seria bobo criar expectativas para A travessia. Aprendi a viver sem expectativas. Tudo o que vier será um presente.
você não acha incrível que A cabana seja o segundo livro mais vendido no Brasil nos últimos 10 anos?
Claro. Acredito que os brasileiros sejam muito sensíveis às questões espirituais e que estejam abertos para as mudanças. Sabia que o livro iria bem no país, mas me surpreendeu o impacto que ele teve. Depois da edição em inglês, que é falado em muitos países, a edição mais vendida de A cabana é justamente em português, aquela que saiu no Brasil. E ser o número dois num país em que o número um é um livro sobre o amor de Deus é uma grande honra.
Você liga para as críticas negativas?
De maneira alguma, elas não me incomodam. Sei muito bem quem sou, e às vezes, outros, que não me conhecem, acabam inventando coisas. E a partir de opiniões negativas, essas pessoas acabam se revelando. Acho que A travessia é um livro mais bem escrito do que A cabana. Mas não há como comparar dois filhos, não é?
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